Telemedicina: aplicação prática na educação médica e segunda opinião a distância

Carlos Dias

Carlos Dias é médico intensivista, fundador e diretor-executivo de uma das maiores empresas especialistas em prestação de serviços médicos na área de medicina intensiva, medicina de urgência e medicina hospitalar, o Imed Group.

Há mais de 20 anos, o Imed atua na contratação e seleção de profissionais médicos, responsabilizando-se pelo treinamento contínuo da equipe em protocolos assistenciais, aspectos comportamentais e monitoramento de indicadores de qualidade.

Nessa entrevista, Dias fala sobe o desafio de gerir 2.100 médicos, só em São Paulo.

Dr. Dias, como manter tantos profissionais atualizados sobre as mesmas diretrizes assistenciais?

Nossos profissionais médicos são treinados conforme a posição que ocupam e de forma constante. Há cursos presenciais obrigatórios e também por meio do EAD (Ensino Médico a Distância), que foi desenvolvido de forma exclusiva para o Imed Group, porque focam as linhas de cuidado críticas no atendimento. Em muitos cursos, utilizamos técnicas de Simulação Realística e a equipe é treinada para oferecer uma assistência de qualidade e segurança aos pacientes. Além disso, todos são submetidos a uma avaliação de desempenho anual pelos seus coordenadores.

Qual a diferença entre telemedicina e segunda opinião a distância?

A telemedicina é toda prática médica a distância, independentemente do tipo de instrumento que é utilizado. Então um programa de segunda opinião é uma das formas da telemedicina.

Hoje, o Imed Group usa o processo de segunda opinião internamente dentro do próprio grupo para soluções de problemas clínicos mais especializados (pneumologia, cardiologia, nefrologia, cuidados paliativos e medicina intensiva).

O que é necessário para que um prestador de serviço de saúde da rede pública se beneficie da telemedicina?

Em primeiro lugar, conhecer a demanda efetiva de determinados serviços, para que haja um comparativo de custo e benefício entre ter uma estrutura de apoio local ou a distância. Não há impedimento legal para contratar médicos terceirizados para serviços de telemedicina e/ ou segunda opinião a distância, mas há uma legislação específica que deve ser obedecida para essas atividades.

O Imed Group trabalha com alguma instituição pública?

Sim. Através de contratações por Organizações Sociais (OSS) como a Cruzada Bandeirantes, SPDM (Sociedade Para o Desenvolvimento da Medicina), Associação Irmandade da Santa Casa de Misericórdia Pacaembú e Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês.

Os hospitais são: Hospital Geral de Itapevi, Hospital Geral de Carapicuíba, Hospital Geral de Pedreira e Hospital Geral do Grajaú.

Quais os benefícios de terceirizar a gestão médica?

Sem dúvida, é o acesso imediato a um grupo médico treinado com boas práticas assistenciais (protocolos) e preocupado com a padronização do cuidado, além do compromisso com metas de desempenho previamente definidas em contrato.

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