Cannabis Medicinal

E seu potencial impacto na atenção básica de saúde

Por: Dra. Carolina Nocetti (CRM-SP 133.200)

dracarolinanocetti@gmail.com

Desde 2015 é possível a prescrição e importação excepcional de Óleos Ricos em Canabinoides para o Brasil. As autorizações têm se concentrado em quadros de Autismo, Epilepsia Refratária, Doença de Alzheimer, Doença de Parkinson, Dor Crônica e sintomas decorrente do uso de quimioterápicos. Doenças que afetam significativa parcela da população brasileira, inclusive pacientes atendidos pela Atenção Primária em Saúde (SUS).

Os fitocanabinoides da Cannabis sativa L. atuam no Sistema Endocanabinoide, e este, por sua vez está relacionado com a homeostase e modulação de sistemas fisiológicos, trazendo aplicações diversas. Isso, em um Sistema Público de Saúde como o do Brasil, pode trazer uma contenção de gastos e um considerável impacto socioeconômico.

Aplicações Terapêuticas

A ONU tem acompanhado o movimento global de conscientização das aplicações terapêuticas da Cannabis Medicinal, e, inclusive, durante uma Sessão da Comissão de Entorpecentes do UNODC (departamento das Nações Unidas) foi apresentada proposta, seguindo recomendações da Organização mundial de Saúde (OMS), para que não haja controle internacional de produtos contendo predominantemente Canabidiol (CBD) (e até 0,2 % de Delta-9-Tetrahidrocanabinol – THC), já que não oferecem riscos à saúde e tampouco geram dependência química.

É essencial uma avaliação da Farmaco-economia da Cannabis Medicinal no SUS. A Terapia Canabinoide tem potencial para diminuir dias de internação em Unidades de Terapia Intensiva e reduzir o uso de medicamentos controlados – de alto custo – por exemplo. Além de um expressivo ganho em qualidade de vida para pacientes e cuidadores, algo que deve ser considerado em uma política eficiente de Saúde Pública.

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